quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014


Prêmio Experiências Inclusivas

    Boa evolução de criança com deficiência vale prêmio à escola. O caso da estudante S., matriculada no Maternal da Escola Municipal de Educação Infantil Irmã Consolata, de Erechim (RS), valeu à instituição o primeiro lugar no Prêmio Experiências Inclusivas – A Escola Aprendendo com as Diferenças, categoria Escolas Públicas. Matriculada em 2012, com diagnóstico de paralisia cerebral, a garota, nascida em 2009, apresentou melhoras em todos os sentidos a partir da interação com os colegas.
    
       Prematura e filha de pais dependentes químicos, S. foi adotada por uma nova família quando tinha um ano e um mês. Ao ingressar na escola, apresentava uma série de dificuldades: não firmava a cabeça, temia a aproximação das pessoas, assustava-se com movimentos bruscos, não se comunicava e mal se locomovia.

        A professora Andrea Paula Ceron aponta a socialização da menina como o principal avanço. “A partir dessa melhora, conquistamos a confiança, o carinho”, diz. “Houve evolução na linguagem oral, na postura em pé, na atenção e concentração, hábitos de higiene e autonomia.” 

         A professora salienta que a melhora da estudante foi resultado de um trabalho dos professores, da equipe de apoio ao processo de aprendizagem, dos profissionais do atendimento educacional especializado, da direção, funcionários e comunidade de pais. “A filosofia da unidade é educar com liberdade para brincar, imaginar, sonhar e viver, valorizando e respeitando as diferenças”, explica Andrea. De acordo com a professora, a escola vem cumprindo a missão de ampliar e aperfeiçoar cada vez mais essa prática. “A criança desenvolve as habilidades e competências vivenciando-as na alegria, na magia, no encontro da infância”, pontua.

       A escola municipal de educação infantil Irmã Consolata tem por objetivo fazer com que os estudantes aprofundem seus conhecimentos em várias áreas, tendo ao mesmo tempo um crescimento cognitivo, socioafetivo e psicomotor. A escola respeita e valoriza as habilidades, competências, faixa etária e as diferenças dos alunos.

        Secretaria – Esse trabalho é reflexo, em parte, do atendimento especializado a crianças com deficiência desenvolvido pela Secretaria de Educação de Erechim. No prêmio, o município recebeu o segundo lugar na categoria Secretarias.

      De acordo com o secretário de Educação de Erechim, Alderi Antonio Oldra, são ofertadas todas as condições possíveis e necessárias para que os estudantes sejam atendidos, nas escolas, por profissionais preparados, com formação permanente. “Implantamos o trabalho de bidocência, ou seja, a presença de dois profissionais na mesma turma quando há estudante com deficiência sem autonomia de vida”, explica.

        Há também em sala de aula a presença de tradutor-intérprete da língua brasileira de sinais (libras) para crianças surdas. Além disso, é oferecida educação bilíngue, quando os pais a requisitam. A secretaria também oferece fonoaudiólogo, além de transporte escolar específico e adaptado, da porta da casa do estudante até a porta da escola.

       Segundo o secretário, o trabalho de atendimento educacional especializado ocorre em todas as escolas do sistema municipal de educação, em salas de recursos multifuncionais, em que é desenvolvido um trabalho pedagógico norteado pela política nacional de educação especial, na perspectiva da educação inclusiva. “Erechim respeita as diferenças e inclui todas as pessoas com deficiência nas classes normais das escolas municipais”, salienta. “Os desafios aumentam e vamos trabalhar fortemente para dar atendimento de qualidade a todos, sem preconceito algum.”

Ana Júlia Silva de Souza
Palavras-chave: educação inclusiva, educação infantil

Por Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down
       
          


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